quinta-feira, junho 03, 2010

GUERRA, COMPAIXÃO, RESPEITO, FAMÍLIA e RELIGIÃO

Esse assunto de guerra e os posts tão sinceros, tão francos da Luciane (a d o r o !) me fizeram pensar muito nesses últimos dias. Gosto muito da maneira como ela coloca suas opiniões e aceita e argumenta as críticas numa boa. Acho mesmo contagiante. Eu sempre fui um ser pensante e cheio de dúvidas como muitos por aí, mas nos últimos tempos tenho me exercitado pouco nessa arte de pensar e de questionar e até mesmo de me posicionar em relação a algumas coisas importantes. Talvez por comodidade ou por achar que não possa fazer muito  para mudar o mundo, mas quando vejo os mortos e feridos numa g u e r r a,  inclusive nas guerras urbanas do Brasil, eu me revolto e a primeira coisa que penso é na batalha pela vida que milhares de pessoas que estão doentes travam diariamente. Tanta gente se mutila para continuar a viver, cortando um braço doente, uma perna ou mesmo órgãos não vitais como eu  fiz há 3 anos, tudo isso para continuar vivendo. Apesar da falta que esses órgãos nos fazem, preferimos a vida. E aí vem um ser insano e mata ou mutila pessoas aleatoriamente, crianças indo para um colégio, brincando na rua, a família que estava planejando um pic-nic, preparando um almoço, enfim, vivendo... e tudo se acaba num piscar de olhos.

Guerra é uma coisa que eu não consigo aceitar, as causas pode ter vários motivos: a incompetência para realizar um acordo, a prepotência de um ou de ambos os lados, o fanatismo religioso, a ganância...são tantas as motivações possíveis mas a meu ver todas podem se resumir em uma única frase: "falta de compaixão". 
C o m p a i x ã o
Compaixão, acredito, é o mais nobre dos sentimentos e o mais difícil de cultivar porque é um sentimento que a gente deve ter por qualquer pessoa. Não é como o amor ou o carinho que você tem por quem você convive e gosta. Compaixão é um sentimento pelo próximo e tem que valer até para quem a gente não gosta ou não conhece pessoalmente.

A igreja fala muito nesse sentimento. Eu não sou religiosa, sou católica porque meu pai que é muito religioso nos fazia ir para igreja todos os domingos. Eu me lembro bem que eu ficava enrolando para sair de casa e quase sempre chegava na metade da missa das 10h00 e ficava contente quando já estava na hora da comunhão porque sabia que já estava no final da cerimônia. Eu não gostava daquelas frases decoradas que a gente repetia sem prestar atenção mas eu gostava da hora em que o padre explicava a leitura.

Embora não gostasse da missa, eu ia à igreja todos os domingos. Quando entrei para o colégio (ensino médio de hoje) eu tive um professor de história que eu achava incrível, o professor Eduardo. As aulas dele eram demais, tão interessantes que eu viajava na história antiga. Quando chegaram as aulas sobre a idade média e eu conheci melhor o outro lado da igreja, mais precisamente a inquisição, eu que já não era muito adepta, passei a questionar ainda mais a religião e deixei a igreja de lado por uns bons tempos. Eu ficava imaginando como pessoas que pregavam o bem eram capazes de cometer tremenda barbárie e por razões tão mundanas.

Eu posso nunca ter sido religiosa mas semprei respeitei meus pais que me ensinaram a respeitar todas as pessoas, me ensinaram a dividir as coisas, a ter bons sentimentos e a não jogar lixo na rua (hoje em dia , mesmo com o tema ecologia tão em moda, alguns pais nem isso ensinam aos seus filhos). Meus pais sempre foram pessoas educadas, humildes e até pobres, mas sempre educados. Acho que outra coisa que falta hoje em dia é R e s p e i t o .  Respeito pode significar muita coisa mas nesse caso eu quero dizer "consideração, apreço, atenção"

Está faltando F a m í l i a.  É na família, que é a base de tudo, o melhor lugar para se aprender a ter respeitocompaixão.

Embora não frequentasse mais a igreja, eu sempre continuei pensando sobre tudo isso, como já disse, até hoje sou um ser pensante e cheio de dúvidas e acho que sempre serei porque a história da existência humana é tão cheia de lacunas que há espaço para milhares de teorias e devaneios. 

Com tudo isso que falei aqui, não pensem que eu sou contra a  r e l i g i ã o.  Sou apenas contra o fanatismo religioso. Na verdade sou contra todo tipo de fanatismo pois os fanáticos são pessoas muito limitadas, não conseguem ver o outro lado e muito menos sentir compaixão.

Depois que me casei e de muito pensar, concluí que levaria minhas filhas para igreja mas também iria contar para elas sobre a fase negra (inquisição) assim como também sempre mostrei o lado bom e o ruim do ser humano e também ensinei-as a não jogar lixo na rua e a respeitar as pessoas. Elas foram batizadas, fizeram a primeira comunhão e a crisma. Agora vamos batizar a Giovana. Eu acho que tudo isso é realmente importante, embora eu ainda tenha muitas dúvidas e continue sem frequentar eu acho que família e igreja se misturam o tempo todo e talvez até se completem porque a maior parte das pessoas não conseguiria manter sozinha uma estrutura familiar sólida, saudável e com valores bons o suficiente para gerar indivíduos justos, de bom senso e de bom coração. 

A igreja é feita pelos homens e por isso mesmo não é santa mas acho que o  que vale nesse caso é a boa intenção da maior parte desses homens, muito embora nem sempre consigam ter sucesso nisso.

Acreditar em Deus é algo realmente importante pois para a maioria das pessoas assim se consegue preencher muitas lacunas. Eu acredito em Deus, talvez não do jeito que muitos acreditem, eu acho que Deus é aquela força inexplicável, aquela energia que temos dentro de nós e que pode nos transformar no que quisermos. Talvez Deus seja mesmo cada um de nós.

Hoje é isso que eu penso, amanhã não sei.

bjs a todos

4 comentários:

  1. Mamélia, e esse é o grande barato da blogosfera! Não preciso concordar ou concordar contigo... O simples fato de ter parado para ler a tua postagem já me levou a pensar se é ou não assim, no meu ponto de vista, e isso já é um passo.
    Eu também não tenho religião, apesar de ter sido criada no catolicismo. Sou agnóstica declarada, ou seja, acredito em um Deus, justo, onipotente e onipresente, que não faz maldades, não escolhe a quem amar nem como.
    É ... realmente temos muito em comum.
    Bjs e boa noite querida.

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  2. Belo texto mamis!!!

    Passando aqui pra dizer que adoro ler os seus posts e que eu te amo!

    Beijos

    Julia

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  3. Oii, Mamélia !!!

    Hummm que instigante. :) Eu andei perdendo uns posts por aqui, pois ando p/ lá de atrapalhada com meu tempo. Mas qdo entro num bloguinho gosto de ver tudo com calma.

    E confesso, que gostei especialmente desse post. Acho fundamental analisar valores e conceitos sempre!!! Do contrário, pareceremos seres que vivem no "automático".

    Muitas situações da nossa atual realidade me incomodam profundamente.E os temas que vc levantou fazem parte dessas inquietações.

    P/ não alongar (mais ainda:) esse coment digo que questiono sempre a minha fé. E hoje posso dizer que apesar dos pesares, pois todos temos nossas dores, eu creio em Deus e sou muito religiosa.Sou católica, mas fujo de fanatismos e dos "homens" da igreja.A missa me fortalece e eu sinto uma paz incrível na igreja que vou desde a minha infancia.É um sentimento muito particular, mas preciso dessa comunhão, sabe. E a familia precisa muito de referencias e a igreja , muito falha - eu sei, não deixa de ter um papel nisso.

    E agora vou sair com uma sensação de que não consegui expressar bem o que sinto...mas enfim, é mais ou menos isso.Por aqui fica difícil expressar tudo.Falando é melhor. hehehe


    Beijinhos

    Ana


    ...gente do céu, olha o tamanho que ficou. hehehe

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  4. Ana Paula, é legal mesmo a gente ver como as outras pessoas pensam e não importa se concordamos ou não a gente sempre aprende alguma coisa. bjs

    Ju, te amo muuuiiiito também.

    Ana, você porderia ter falado 100 vezes mais que eu adoraria ler. bjs
    mamélia

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Muito obrigada pelos comentários. Venham me visitar sempre!
Um abraço. Mamélia ;)


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