SONHOS POSSÍVEIS

Eu sempre fui sonhadora, mas nunca sonhei alto demais, não que isso seja uma virtude, mas prefiro sonhar com coisas possíveis e trabalhar sempre para conseguir sonhar um pouco mais alto, aos poucos, e sem muita pressa, pois se o sonho começar a gerar stress demais, passa a ser pesadelo.

Hoje acordei com vontade de fazer uma coisa, que sei, deveria esperar um pouco mais. É uma coisa que fará parte de um sonho e esse sonho deve levar ainda uns 6 meses para começar a tomar forma. Mas a vontade era tanta que não resisti em começar a pensar nisso hoje mesmo.

E comecei! Está decretado o primeiro dia da materialização do meu "Ateliê ou Estúdio ou Quarto de Costura", ainda não sei, mas o certo é que essa decisão me fez lembrar de um fato corriqueiro, coisa boba até e que talvez só tenha significado para mim mesma, mas que aconteceu quando eu tinha uns 10 ou 12 anos e até hoje me lembro bem e sempre que alguém tem um sonho eu conto essa história.

A gente morava em uma casa velha, bem antiga e humilde, tinha um corredor bem comprido e minha casa ficava lá no fundo. A entrada para esse corredor era uma porta enorme de madeira a 2 degraus da calçada. Da rua ninguém via minha casa, tinha que entrar por esta porta. Logo na entrada à esquerda, tinha a casa da Nina, nossa vizinha italiana (ou era descendete de italianos, já não me lembro bem).

Naquele tempo, quase ninguém tinha geladeira, eu mesma me lembro que meus pais ganharam uma usada, bem antiga, que formava uma camada enorme de gelo. Geladeira era artigo de luxo e objeto de desejo das classes menos favorecidas (nosso caso). 

A Nina não tinha geladeira e a filha dela sonhava muito com o momento em que conseguiriam comprar uma. Mas esse momento demorava a chegar...certo dia ela apareceu toda feliz e orgulhosa com 2 forminhas de gelo, daquelas de alumínio, que a gente levantava a alavanca e o gelo soltava em cubos. Chiquérrima e moderna (quem tem minha idade deve se lembrar dessas forminhas).  Quando vimos as forminhas perguntamos se já tinham comprado a geladeira e ela respondeu que ainda não mas que as forminhas ela já tinha. Depois de um tempo, não me lembro quanto, eles realizaram o sonho. 

O entusiasmo e talvez a ingenuidade que ela deve ter deixado transparecer naquele momento, ficou na minha memória e acho que eu passei a acreditar que era assim mesmo que se fazia para conseguir algo, sonhar sempre. E trabalhar também, pois como dizia um superintendente lá da empresa "quanto mais eu trabalho mais sorte eu tenho", nada cai do céu. Essa história das forminhas virou um símbolo do pensamento positivo para mim e hoje, me vi assim, meio Guiomar, a filha da Nina, e comecei a escolher os paninhos que junto com os bastidores vão virar quadrinhos que enfeitarão as paredes do meu futuro "Ateliê ou Estúdio ou Quarto de Costura".

O maior problema até o momento tem sido escolher "com que tecido eu vou", acho que gosto de todos. Será que com uns 200 quadrinhos na parede vai ficar meio "over"? rsrs. Talvez tenha que fazer um pequeno cômodo de 20 x 30 metros. kkkk Na minha próxima ida à  25 de março já sei que terei que comprar mais alguns bastidores, quero fazer de vários tamanhos.

Em tempo: o Ramirez já entrou em contato comigo e em breve enviarei os presentes.

bjs a todos.